Entre os 10 melhores de Portugal
Projecto arquitectónico nas Casas da Cerca galardoado com o prémio “Pedra na Arquitectura”
C abia que a casa de um dos nossos membros recebeu um prémio de arquitetura que o distinguiu entre os 10 melhores a nível nacional? Sabia que nessa casa, ali longe do tempo, pode, por um dia, ser pintor? Fica fora da vista, mas muito perto do coração. Saiba do que se fala, aqui!Chama-se Graça Jalles e é assim uma espécie de heroína dos tempos modernos. Decidiu mudar-se para cá, sozinha em 1996 e assim mesmo, encontrou emprego, procurou uma propriedade e avançou para o projecto que hoje a enche de orgulho, as Casas da Cerca.
Depois de algumas subidas e descidas, entre pó e estradas retorcidas, é um oásis que se encontra em pleno mato, a poucos quilómetros de Troviscais, uma povoação a 14 quilómetros de Odemira, perto de São Luís. Na clareira que circunda as três casinhas que compõem as Casas da Cerca consegue ver-se a construção em taipa, e ao lado de cada uma, um convidativo tanque que traz à imagem quentes tardes de verão.
Foi nesse mesmo terreno, uns metros acima, que construiu a casa onde hoje vive. A casa que recebeu o prémio “Pedra na Arquitectura”. A ideia de fazer um turismo veio depois… “Comecei a ver as casas a ganharem forma, e pensei: isto é tão bonito que podia muito bem servir para receber cá pessoas”. Abriu as portas em 2006, depois de uma vida já por si cheia de aventuras, a maior foi viver 10 anos em Macau: “Depois vendi a minha casa em Lisboa e vim. Comecei por alugar casa em Vila Nova de Milfontes e nessa altura ouvi falar de um terreno que estava à venda com umas ruínas – que várias pessoas tinham tentado comprar – mas que não tinha licença para construir. Acabei por conseguir fechar o improvável negócio e agora cá estou”, conta orgulhosa.
Comecei a ver as casas a ganharem forma, e pensei: isto é tão bonito que podia muito bem servir para receber cá pessoas.
A poucos metros das Casas da Cerca, quando o tempo convida, está uma cadeira estrategicamente colocada ao lado de um cavalete e de uma palete (ver foto), prontos a ser utilizados. De fim-de-semana, de férias ou só para experimentar, porque não uma pincelada para desanuviar? É uma espécie de homenagem à mãe de Graça, que também pintava. Um dos irmãos é retratista, outra também pinta, quando lhe sobra um par de horas e uma outra canta. Está visto que a veia artística corre na família!
Além da pura descontração e da pintura, de tempos a tempos Graça organiza também workshops que podem até ser retiros espirituais. Normalmente são dois ou três dias coordenados por um profissional. Por estas alturas é possível respirar a calma e meditar tranquilamente. Quando se repetir, prometemos avisá-lo!
Até lá, porque não passa por cá?