Uma História de Vida

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TÓPICOS DE UMA CONVERSA COM OS ASSOCIADOS DAS CASAS BRANCAS

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meu nome é Rita de Lacerda e Mello, sou casada e a proprietária do Cerro da Borrega, um Alojamento Local no Vale Juncal, no concelho de Odemira. O Cerro da Borrega é um projecto Familiar, apesar de eu ser a única responsável, o meu Marido é o meu braço direito.

Este foi sem dúvida um projecto muito desejado e durante muito tempo. Desde a compra da propriedade, há já 15 anos – que nos foi mostrada por um casal de amigos já com casa nesta zona, há mais de 30 anos -, seguiu-se o projecto de arquitectura, o qual depois de muito amadurecido resultou na decisão de construir a Casa em taipa, tendo esta demorado quase quatro anos a realizar, portanto uma empreitada algo sofrida e nalguns aspectos vivida com muita intensidade.

A casa em taipa desenvolve-se em volta de um Páteo Interior, que podia ser mourisco ou sevilhano, mas é um Páteo Alentejano à volta do qual toda a Casa se liga e deste recebe luz a todas as horas do dia.

Estando a Casa inserida numa propriedade de oito hectares, com caraceterísticas únicas, já que possui alguns dos sobreiros mais antigos da nossa freguesia, que no nosso caso é a de São Teotónio, e posteriormente foi plantada uma mata de 2000 medronheiros, há nove anos, assim como uma vinha com 350 pés.

O projecto nasceu de um conceito, e o conceito foi nascendo das minhas raízes ribatejanas e do facto de ter passado uma parte da minha vida a viajar, já que vivi em África oito anos – onde fui Supervisora de Catering para a TAP – e nessa altura viajar passou a ser uma necessidade e tornou-se fácil, tendo começado a perspectivar um dia ter o meu próprio Turismo em Portugal. Nesse tempo fui conhecendo alguns que para mim se tornaram uma referência.

Anos mais tarde regresso e começo a trabalhar no Ministério dos Negócios Estrangeiros onde estive 10 anos como Secretária de Protocolo do Estado, continuando sempre a contactar com os povos das diferentes nações, tendo-me habituado e aprendido até que ponto podem ser tão diferentes.

Gosto e sempre gostei de receber, e o Cerro da Borrega proporciona-me isso mesmo. Sendo esta uma unidade muito pequena mas concebida para receber de uma forma intimista e exclusiva, tendo sempre na ideia e passando aos que chegam, que são muito bem vindos neste espaço. Um espaço que se quer envolvente e que tenta ir ao encontro das novas ideias sobre um bom alojamento para dois, pois a nossa pretensão e o nosso conceito será o de um espaço romântico em plena comunhão com o que nos rodeia.

Não é um espaço vocacionado para receber crianças pequenas, mas sim os casais de todas as idades que queiram criar uma experiência à sua medida, com a nossa ajuda, rodeados pela Natureza, onde se faz sentir o silêncio de um lugar exclusivo.

É assim que nos anunciamos, aliando a tradição do Alentejo à sofisticação do bem receber, e no bem estar que proporciona uma Casa de Família, em que o ambiente é recriado com todo o requinte e conforto já que a Casa foi concebida a pensar nisso mesmo, usando para tal as tecnologias necessárias e contemporâneas que vão ao encontro de um desejo íntimo que se faz sentir hoje em dia sempre que viajamos.

As Casas Brancas e a Rota Vicentina são Associações muito importantes já que na minha opinião complementam este e outros conceitos, alargando os mesmos à Zona, à Costa e às suas Gentes, desenvolvendo assim um trabalho de grupo que bem canalizado chegará muito longe beneficiando a todos que como eu – que como nós – trabalhamos em conjunto, dando a possibilidade aos que nos visitam a oportunidade de usufruírem destes serviços como um todo, tornando estes numa necessidade vital, para quem precisa no resto do ano de fazer a sua vida numa Cidade, muitas vezes muito longe de qualquer Natureza.

Esta é o meu conceito para o espaço que criei no Cerro da Borrega.

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